sábado, 25 de abril de 2015

Descaminhos

Eram os anos 2000, o novo milênio e nossa igreja era conhecida por reunir-se nas casas com grupos caseiros. Nossos discipuladores era um casal do bem, com filho da idade do nosso e com costumes e hábitos parecidos com os nossos. Íamos a igreja juntos e estávamos sempre juntos, nos churrascos a beira do lago, nos eventos na igreja, nos aniversários e eles nos atendiam em tudo com o desejo firme de servir a Deus. Minha discipuladora era uma mulher cheia de Deus e de mansidão, me ensinou quase tudo o que eu sei de Jesus e esteve comigo em muitos momentos difíceis e aguentou minha infantilidade e carnalidade latentes. Sinto a sua falta. Estudávamos a Palavra juntos, éramos cerca de quatro casais e lembro que falávamos muito de que o diabo estava atacando a igreja e seu alvo principal eram as famílias, que devíamos guardar nossas famílias. Hoje 15 anos se passaram, nossos filhos são adultos, fazendo suas vidas e daqueles casais apenas dois permanecem juntos, nem mesmo nossos discipuladores prosseguiram juntos, isso me entristece demais, sinto muitas saudades daquele tempo e saudades de estarmos juntos e muitas vezes me sinto um pouco culpada por as coisas não terem dado certo entre eles e não termos participado desses momentos que devem ter sido muito difíceis e nós não estávamos mais lá. Afinal éramos irmãos e éramos ensinados a compartilhar e dividir todas as coisa. Esse casal dividiu tudo o que tinha conosco, sua casa, sua família, seu tempo, seus ensinamentos, seu exemplo, tudo que tinham construído até ali e sou sinceramente grata a eles. Gostaria de dedicar minha melhor oração a eles e dizer ao Senhor obrigada pela vida deles, seja com eles, os resgate por favor, os resgate das terras estrangeiras em que se meteram e os traga de volta a sua pátria, aos teus caminhos de luz, bondade e eterna misericórdia. Faça Senhor tudo novo na vida dos meus irmãos e se for possível ao Deus do impossível restaura essa família para honra e glória do teu nome. Eu oro no nome de Jesus. Amém!

Jesus Cristo é o Senhor - Jorge Himitian




Jesus Cristo é o Senhor - Jorge Himitian
Não lembro o ano mas foi nesse século, nossa igreja ficava em um bairro da cidade onde moram os trabalhadores da principal empresa radicada em nosso município. Conhecido como o bairro nobre da cidade, projetado para ser um bairro-jardim, nos moldes europeus. Tínhamos dois pastores e nossa igreja combinava com o bairro. Buscávamos a Deus com afinco e com dedicação e descobríamos coisas novas do Evangelho a cada dia, a igreja vivia tempos de conhecer a libertação como um processo de libertar almas e vivia um novo mover. Os pastores orientaram a igreja a leitura do livro "Jesus Cristo é o Senhor", de Jorge Himitian. Toda a igreja lia e amava o que estava aprendendo sobre o senhorio de Jeus em suas vidas. Numa tarde, quando vínhamos da praia, resolvemos participar de uma pregação especial na igreja de Porto Alegre com o Pastor Jorge Himitian, um homem pacífico, de média estatura, com a voz suave e firme, nascido na Palestina, porém desde criança viveu na Argentina, aqui pertinho da gente. Estávamos lá naquela tarde, em que muitas vidas foram tocadas pelo espírito santo, lembro que no final da pregação muitos oravam em línguas, outros riam cheios do espírito, outros estavam no chão movidos pelas ondas do espírito santo agindo na igreja. O pregador nos fez um desafio, que saíssemos dali e pregássemos a alguém ou a alguns que não conheciam a Cristo. Saí dali com o desejo de pregar para meu avô, desejava muito que ele conhecesse a Cristo e se rendesse ao seu senhorio. Chegamos ao Morro da Glória, bem lá em cima, onde ele residia e o encontramos acamado, no seu quarto algumas imagens de santos que ficavam em sua cabeceira. Ao entrarmos em sua casa, sua esposa (minha avó emprestada) que seguidamente tinha ataques, uma espécie de convulsão, entortou-se e começou a ter um ataque daqueles, o qual sabíamos que era a manifestação do maligno. Ali estava a oportunidade de viver na prática o que vínhamos aprendendo na Palavra e na igreja e com toda fé eu e meu esposo fomos até ela e oramos repreendendo aquele demônio que a atormentava. Não lembro como oramos ou as palavras que dissemos, mas lembro a forma como ela foi liberta naquele instante e do seu semblante de paz. Foi uma tarde realmente inusitada, diferente de tudo que já vivi, pois da cozinha partimos para o quarto e minha tia mais nova (fruto do segundo casamento do meu avô) chorava muito e também oramos por ela. Lembro naquele dia que oramos com muito amor por meu avô pedindo a Deus que o livrasse da falta de ar que o afligia e fomos para nossa casa que ficava em outra cidade, há 60 Km dali. Dias depois o vô nos manda um recado que gostaria que fôssemos orar por ele e numa tarde de sol retornamos a Porto Alegre para vê-lo, ele estava sentado em uma cadeira no pátio da casa, lembro bem daquele dia, em que sentei com ele e  antes de orar falei do amor de \Jesus em minha vida e de tudo o que Ele havia feito e aforma como me resgatou das trevas para luz, falei de trevas e de luz, falei de amor e falei mais uma vezes do senhorio de Jesus em minha vida, não só de uma experiência de aceitar a Jesus como Salvador pessoal e receber os benefícios por Ele proporcionados, mas do quanto importava buscar o Reino de Deus , falei de um Senhor suficiente em nossa vida. Meu avô e toda a família era espírita, umbandistas e admiradores de Allan Kardec, de fato, como eu antes de conhecer a Cristo, amávamos a doutrina espírita e cultuávamos a mortos como algo perfeito e agradável. Meu avô era alcólatra, na velhice diminuiu no hábito, mas devez em quando bebia uma cachaça e muitas vezes lembro dele nos benzendo com galhinhos de árvore ou com uma velha faz e lembro dele como um cigano lendo e adivinhando o futuro de suas filhas..Era um homem bom e carismático, incapaz de uma maldade, por´pem completamente cego para o Evangelho e para as verdades de Deus. Mas, naquela tarde quando retornamos lá, ele nos pediu para entregar sua vida para Jesus e ao entrarmos no seu quarto já não havia nenhuma imagem, nem mesmo sua preferida, de São jorge guerreiro, conhecido como "Ogum" na Umbanda. Eu e meu marido ficamos perplexos e perguntamos az ele o que houve com as imagens e ele apenas riu e respondeu que não precisava mais delas e hoje ainda me alegra o coração ao recordar daquela tarde e ver que o operar do espírito santo não depende da intervenção humana, é Ele quem faz a obra.Ministramos a Ele a Palavra que  está em Marcos 16:16 e  diz que aquele que crer e for batizado será salvo, logo ele manifestou o desejo de ser batizado e no mesmo instante descemos o morro e procuramos a primeira igreja evangélica e encontramos a Igreja Batista da Brasa, chegamos no portão e batemos palmas e logo em seguida fomos recebidos pelo pastor no seu gabinete, relatamos o motivo que nos levava ali e o pastor nos disse que enviaria um pastor a casa do meu avô. E assim foi, nos próximos dias um evangelista, missionário ou pastor ou tudo isso junto começou a subir o morro e pregar a Palavra de Deus, e para finalizar posso dizer que meu avô encontrou a salvação e que antes de partir conheceu a Deus e a verdade da sua palavra. Em seus últimos dias manifestou o desejo de pregar o evangelho e o desejo de levar a Palavra, o que vem se cumprindo na vida de alguns de seus netos e bisnetos e glória a Deus, a Palavra desde então tem alçançado a família Rocha, um a um no tempo de Deus. E tudo começou ali naquela tarde quando obedecemos o ide do Senhor e subimos o morro para pregar o evangelho. Na verdade tudo começou bem antes, quando o Senhor nos escolheu: "Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda". João 15:16.


 Um pouco mais sobre o livro"Jesus Cristo é o Senhor":
Esta obra busca resgatar, em cada cristão, a consciência de que Jesus é digno de toda a honra porque Ele é a autoridade suprema sobre todas as coisas. Faz-nos entender que Jesus é Salvador, sim, mas que Ele é especialmente, Senhor, e o quanto isto está destacada em Sua Palavra. Se não compreendermos essa verdade seremos servos desobedientes e indignos de sermos chamados cristãos. Não passaremos de caricaturas bizarras e desrespeitosas, diante do modelo que, desde o princípio, o Senhor Jesus planejou para nós. O Pastor Jorge Himitian é natural da Palestina, mas, desde a infância, vive na Argentina. Juntamente com Juan Carlos Ortiz (autor de O Discípulo), foi um dos jovens líderes que experimentaram o avivamento espiritual, no final da década de 60, naquele país vizinho. Esse fato alcançou repercussão internacional e seus frutos, ainda hoje, podem ser sentidos. Através de pregações, seminários e dos livros que escreve, o pastor Jorge Himitian, tem repercutido seu ministério em diversos países. Por muitos anos tem sido o presidente do conselho de pastores da cidade de Buenos Aires e vindo freqüentemente ao Brasil, onde seu ministério torna-se cada vez mais conhecido.
(trecho reproduzido do blog Cristo para Nações)

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Ana e Samuel - Uma história de fé e coragem

   Ana olhava para o céu, era para o alto que Ana olhava quando as lágrimas insistiam em cair e o aperto transtornava seu coração. Ela se sentia abençoada por Deus pelo filho que Ele provera. E esse filho precisava ser ensinado e totalmente consagrado  ao Senhor. Penso em Ana vestindo Samuel, pequetitito com suas pequenas vestes, roupas de menino. O cheiro de seus cabelos e de sua pele, toda mãe conhece o cheiro do seu filho, não importa a idade que tenha, é o mesmo odor de quando entregam em nossos braços ao nascer. E Ana vestia e preparava Samuel para ficar longe de seus braços e seus cuidados, como Abrahão a quem Deus disse: "Tome seu filho, seu único filho, Isaque, a quem você ama, e vá para a região de Moriá. Sacrifique-o ali como holocausto num dos montes que lhe indicarei", como foi com Deus Pai que deu seu unigênito por amor a nós, mesmo sendo nós pecadores fomos alvos desse grande sacrifício e desse imenso amor.
   Olhar para o céu e teimar em olhar para o céu, para o que está lá no alto, para o inatingível, alcançar só o que Deus conhece, crer sem ver, apenas crer e seguir. Ora, afinal a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos. 
   A viagem de ida por certo era alegre para Samuel, pois era menino e passeava com a mãe, uma grande aventura. Penso em Ana alimentando seu pequeño hijo e compartilhando com ele as coisas de todos os dias,as cotidianas coisas que fazem a vida mais bela e dão sentido as coisas.
   Subia o monte com seu pequeno filho a quem dera o nome de Samuel que significa "Eu o pedi ao Senhor". E era esse Senhor a quem ela buscava de todo o coração, o mesmo Deus que a tinha socorrido naquela tarde vazia, quando como louca ainda pedia...dá-me filhos, dá-me filhos, senão morro!, o clamor de Raquel, era o clamor de Ana. O Deus que se revelou Pai, na sua ausência paterna e que se revelou Eterno na sua sede de um milagre.     Ana agora não era mais só, não era mais um problema, não era um vexame , ela era uma dádiva, trazia em si um tesouro. Esse era o Deus de Abrahão, o Deus de Isaque, o Deus de Jacó, o Deus de Ana...o Deus que tudo fez para a nossa alegria, o Deus que tem planos mais altos que os nossos e pensamentos mais elevados que os nossos. Por isso Ana seguiu confiante no seu caminho, sem voltar atrás, pois cria nos propósitos eternos e nas promessas que Ele lhe fez: ""Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que desejais".
   Deus é bom e em todo o tempo Ele é bom. Talvez nem todos concordassem com a decisão de Ana, talvez ela saisse de casa com muitas oposições, talvez dedos de acusação, talvez silêncios culposos que não dizem nada, mas que estão a acusar, a não entender...mas Deus havia falado ao seu coração.
   Penso também no caminho de volta que Ana teve que percorrer tantas vezes, solitária, porém certa de que não estava sozinha. O Deus de Israel era sua companhia, o espírito que a embriagara naquela tarde estava com ela nas descidas do monte, ela era cheia Dele. Pensava se não havia esquecido de nada, se algo não faltava na mochila do pequeno Samuel, algo que lhe pudesse fazer falta, algo quem sabe para lhe abrigar do frio, algo para servir de consolo a noite sem ela, sem pai, irmãos, longe da família.
   Talvez Ana cantasse hinos de louvor enquanto andava para fortalecer-se em meio as incertezas que teimam em assombrar um coração de mãe. Talvez lembrasse de Davi no salmo 23: "...ainda que eu ande no vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque o Senhor comigo está, sua vara e seu cajado me consolam".
   Talvez no caminho revisasse sua trajetória de mãe até aquele momento, seus acertos e suas falhas e soubesse que a única saída era entregar seu pequeño hijo ao Señor, pero que seu corazón ainda sangrasse...
Ana e a sua fé, Ana e o seu exemplo me ensinam tanto e me fortalecem tanto e dizem ao meu coração: Paz! Eu sou contigo!